“Acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e os refugiados”. Este é o pedido do Papa Francisco em sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2018, que será celebrado em 14 de janeiro. O texto foi publicado nesta segunda-feira, 21, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Nesses quatro primeiros anos de pontificado, por várias vezes Francisco manifestou sua tristeza e preocupação pela situação de migrantes e refugiados que fogem de guerras, perseguições, desastres naturais e pobreza. Sua visita à Lampedusa em julho de 2013 foi um marco de sua proximidade a essa situação, além da criação do órgão vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que expressa também a atenção da Igreja com as essas pessoas. Ele também visitou um campo de refugiados na Grécia em sua visita à Ilha de Lesbos em abril de 2016.
Francisco enfatiza na mensagem a necessidade de ajudar aqueles que foram forçados a deixar sua própria pátria, desde a partida e travessia até a chegada e o regresso. Trata-se de uma responsabilidade que a Igreja quer partilhar com todos os homens e mulheres de boa vontade, chamados a responder com generosidade ao desafio do fenômeno migratório.
Para dar essa resposta concreta, o Papa indica quatro atitudes: acolher, proteger, promover e integrar. No processo de acolhimento, Francisco fala de alguns esforços necessários, como a simplificação da concessão de vistos humanitários, a abertura de “corredores humanitários” para os refugiados mais vulneráveis, vistos temporários especiais em países vizinhos para pessoas que escapam de conflitos e um primeiro alojamento adequado e decente.
A proteção dos migrantes e refugiados envolve, segundo Francisco, uma série de ações em defesa dos seus direitos e dignidade, independente da situação migratória. Esse é um processo que começa no país de origem e deve continuar, na medida do possível, na terra de imigração, assegurando aos migrantes a assistência necessária.
Já quando pede a “promoção” dos migrantes e refugiados, o Papa quer o empenho para que eles tenham condições de se realizar como pessoas em todas as dimensões que compõem a humanidade desejada por Deus. Por fim, Francisco fala da necessidade de integração. “Insisto mais uma vez na necessidade de favorecer em todos os sentidos a cultura do encontro, multiplicando as oportunidades de intercâmbio cultural, documentando e difundindo as ‘boas práticas’ de integração e desenvolvendo programas tendentes a preparar as comunidades locais para os processos de integração”.
Papa Francisco assegura a disponibilidade da Igreja em se comprometer na realização de todas essas iniciativas, mas frisa que é indispensável a contribuição da comunidade política e da sociedade civil, cada qual segundo as próprias responsabilidades. Um processo já iniciado citado pelo Papa é a redação e aprovação de dois acordos globais, um sobre refugiados e outro sobre migrantes. Durante a Conferência da ONU realizada em Nova Iorque em 19 de setembro de 2016, os Estados se comprometeram a fazê-lo até o final de 2018.
A mensagem divulgada hoje é datada de 15 de agosto, Solenidade da Assunção de Maria. Francisco destaca que Maria experimentou pessoalmente a dureza do exílio; ele confia à sua intercessão materna as esperanças de todos os migrantes e refugiados. “Que todos, no cumprimento do supremo mandamento divino, aprendamos a amar o outro, o estrangeiro, como a nós mesmos”, conclui o Papa.
Por Canção Nova, com Boletim da Santa Sé