O Papa expressou profundo pesar pelo atentado da manhã de ontem, quarta-feira (31/05), no Afeganistão, cujo balanço é de ao menos 90 mortos e quase 400 feridos.
“Recebo com tristeza a notícia do terrível ataque em Cabul e dos tantos mortos e feridos graves”, escreve o Santo Padre num telegrama assinado pelo secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, endereçado à sede diplomática afegã na Itália.
O Pontífice define o atentado “ato brutal de violência”, confia as almas dos defuntos à misericórdia de Deus e assegura sua oração a fim de que a paz volte para o povo afegão.
O atentado foi reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico (EI). Um caminhão-bomba explodiu no bairro das embaixadas. A área atingida encontra-se perto da palácio presidencial e da sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Entre os feridos encontram-se também alguns funcionários da sede diplomática alemã. Foram registrados danos à embaixada francesa.
Falando à Rádio Vaticano sobre como a população afegã vive esta situação perene de drama no país da Ásia Central, o presidente de Pangea Onlus – ong que atua no Afeganistão com vários projetos de desenvolvimento –, Alberto Lo Presti, disse que “infelizmente, a população civil, após mais de 35 anos de conflito, de certo modo acostumou-se com tudo isso”.
“Eu estava no Afeganistão um mês atrás – disse ele – e a coisa que me abriu o coração é que há jovens gerações de afegãos que chegam de toda a Europa, que decidem voltar a viver em Cabul ou em outras cidades. Esse é o germe que pode levar a paz, ou seja, a consciência também afegã – não somente nossa – de que essa guerra não lhe pertence, de que esta guerra mata pessoas que não têm nada a ver com os interesses mundiais, e esse germe me dá esperança para o futuro.”
Por Rádio Vaticano