Começou na segunda-feira, 6, o 22º Encontro Nacional de Santuários do Brasil. O evento reúne cerca de 120 reitores representantes de santuários, provenientes de diversas partes do país, no Santuário Nossa Senhora da Piedade [foto], em Caeté (MG).
O santuário está localizado a 48 km da capital mineira e a 16 km do município de Caeté, é um cenário de rica beleza natural, no alto da montanha, a 1746 metros de altitude.
Por meio de conferências, os participantes refletirão sobre o Santuário como “lugar de oração, cultura e serviço aos pobres” e “lugar de intercâmbio e cooperação a serviço da Igreja no Brasil”
“A partir dessas temáticas nós vamos nos reunir para trabalhar essa missão específica na diversidade existente em nosso país”, destaca o reitor do Santuário Nossa Senhora da Piedade, padre Fernando César do Nascimento.
O padre explica que os temas do encontro propõem um debate em torno do papel dos santuários na missão evangelizadora da Igreja no Brasil. Para ele, a grande contribuição que têm a dar é ser a expressão de uma “Igreja aberta, em saída, que traduz o Evangelho em sua vida”.
“De que forma? Procurando acolher as pessoas, ou melhor, a pessoa, vivendo a plenitude do Evangelho, acolhendo a pessoa com ela é, e independente do que ela tenha vivido, amando-a e respeitando-a. Dessa forma, vamos colaborar para uma sociedade justa e fraterna. De forma também que as pessoas que vêm ao Santuário, possam voltar para suas paróquias e suas casas irradiando essa verdade”, explica.
Segundo padre Fernando, os santuários também ajudam a “curar as feridas” do povo que recorre a eles em meio às ansiedades do mundo contemporâneo.
“Muitas pessoas chegam aos santuários com feridas muito profundas no seu interior, e os santuários acabam sendo como um ‘bálsamo’ para elas, ajudando a curar essas feridas, reanimando suas vidas. Porque, com toda essa mudança de época, com tanta permissividade do mundo de hoje, está explícito que quem a Deus não tem, nada tem!”, afirmou.
Fluxo de pessoas e a evangelização
O fluxo intenso de fiéis é uma marca dos santuários, sobretudo, os que têm mais destaques, como o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. A Basílica chega a receber 12 milhões de peregrinos por ano. Apesar do grande número, padre Fernando acredita que os santuários conseguem exercer uma proximidade com as pessoas, diferente das paróquias, mas capaz de despertar para uma vida comunitária.
“Nós temos um desafio de, nos santuários, termos uma proximidade no mesmo patamar que nas paróquias, não na mesma ótica paroquial, mas para além do que a paróquia faz. Até porque, no santuário, nós estamos quase, eu diria, 100% voltados para essa dinâmica de acolher de fato essa diversidade. Então, aí entra nossa grande contribuição enquanto santuário: possibilitar às pessoas esse despertar para uma vida em comunidade”.
O Encontro Nacional dos Santuários do Brasil acontece até a sexta-feira, 10.
Por Canção Nova