Termina amanhã, 30, em Berlim, o Fórum Mundial sobre Migração e Desenvolvimento para reforçar o diálogo e a cooperação internacional. Uma delegação da Santa Sé participa do evento, representados pelo Pe. Michael Czerny, subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral.
O Pe. Czerny participou de duas mesas-redondas. Numa delas discutiu sobre a criação de soluções para beneficiar desabrigados e comunidades de destino e de origem dos migrantes. Ele lembrou afirmações do Papa Francisco que, em 21 de fevereiro, se direcionou aos participantes do Fórum Internacional “Migrações e Paz”. A resposta à questão das migrações, disse o Pontífice, deve ser subdividida por quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar.
Outro aspecto prioritário, segundo o Pe. Czerny, refere-se à necessidade de acompanhar aqueles que são obrigados a fugir nas diferentes quatro fases cruciais do caminho migrante: no país de origem, naqueles de transição, no país de destino e, eventualmente, na fase de regresso à pátria.
Cresce a desigualdade entre os povos
O discurso do Papa de 3 de dezembro de 2016, a empreendedores de um congresso internacional, também foi lembrado pelo Pe. Czerny em Berlim: “a desigualdade entre os povos”, afirmou Francisco naquela ocasião, “continua crescendo, e muitas comunidades são diretamente atingidas pela guerra e pela pobreza ou pela partida forçada de migrantes e refugiados. As pessoas querem que sua própria voz seja ouvida, além de expressar as suas preocupações e medos. Querem dar a sua contribuição legítima às comunidades locais e à grande sociedade, e se beneficiar dos recursos e do desenvolvimento frequentemente reservados a poucos”. Respondendo adequadamente a essas emergências, o Papa concluiu que acabamos “vivendo um momento de esperança”.
Migrações de retorno
Pe. Czerny também abordou o tema da promoção do desenvolvimento dos migrantes que retornam, através de um vídeo do Papa Francisco divulgado em 19 de abril de 2016. O Pontífice afirmou que “muitas vezes não acolhemos vocês! Perdoem o fechamento e a indiferença das nossas sociedades que temem a mudança de vida e de mentalidade que a presença de vocês requer. Tratados como um peso, um problema, um custo, vocês são, ao contrário, um dom”.
O Fórum Mundial deste ano é presidido pela Alemanha e pelo Marrocos, com sede em Berlim, num processo voluntário de consulta entre os países participantes para a troca de boas práticas no âmbito da migração. A Santa Sé acredita que o evento possa contribuir ao desenvolvimento de políticas globais que reforcem as ligações de solidariedade entre os migrantes e os países de origem e de destino.
Por Rádio Vaticano