O Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano da Silva, afirmou que 20 milhões de pessoas podem morrer de fome nos próximos seis meses em quatro países africanos.
Graziano da Silva disse que “se nada for feito” pela comunidade internacional isso pode acontecer no Iêmen, na Nigéria, na Somália e no Sudão do Sul.
Pobreza
Ele fez a declaração na abertura da reunião do Conselho da FAO segunda-feira (24/04), em Roma. Segundo Graziano da Silva, é necessária uma ação urgente.
O chefe da agência da ONU disse que “a fome não mata somente pessoas, ela contribui para a instabilidade social, perpetua o ciclo de pobreza e a dependência de ajuda que perdura décadas”, informa a ONU News.
No encontro, que vai durar duas semanas, os membros do Conselho da FAO serão informados sobre a extensão das crises de fome e as medidas que devem ser adotadas para prevenir essa catástrofe.
ODSs
A comida e a agricultura são pontos centrais para se alcançar a agenda de desenvolvimento sustentável. O trabalho da FAO deve contribuir para se atingir 40 metas que estão em 15 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Logo no início de seu Pontificado, em junho de 2013, o Papa Francisco pediu aos líderes políticos de todo o mundo que olhassem para a alimentação, a nutrição e o ambiente como questões públicas globais. Recebendo os participantes da 38ª Conferência da FAO, no Vaticano, ele pediu aos países que “saíssem da indiferença” nas políticas que excluem os mais vulneráveis.
Em visita à FAO em novembro de 2014, afirmou que uma das graves incoerências é o fato de haver comida suficiente para todos mas “nem todos podem comer, enquanto o desperdício, o descarte, o consumo excessivo e o uso de alimentos para outros fins estão diante dos nossos olhos”.
No Vaticano, no ano seguinte, aos delegados de 172 países reunidos na Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2), pediu-lhes para colocar em prática as promessas para garantir a segurança alimentar de todos os cidadãos, sublinhando que o direito a uma alimentação saudável é uma questão de dignidade, não de caridade.
Já em junho de 2016, o Pontífice visitou a sede do Programa Mundial de Alimentos, PMA, em Roma, e em discurso, fez a citação “Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber”. “Nestas palavras – disse o Papa -, temos uma das máximas do cristianismo; mas esta frase, independentemente de credos e convicções, poderia ser oferecida como regra de ouro para os nossos povos. Um povo joga o seu futuro na capacidade que tem de assumir a fome e a sede dos seus irmãos. Nesta capacidade de socorrer o faminto e o sedento, podemos medir o pulso da nossa humanidade”.
Por Rádio Vaticano