Para muita gente o enfraquecimento da memória e do raciocínio são características normais do envelhecimento, mas é importante ressaltar, que tais sintomas também podem ser o início de uma das doenças mais comuns entre idosos do mundo todo: o Alzheimer.
Essa forma de demência degenerativa, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais, atinge 5% das pessoas com mais de 60 anos. Após os 65, o risco de desenvolvê-la dobra a cada cinco anos, segundo o Instituto Alzheimer Brasil (Abraz).
O dia 21 de setembro é considerado o Dia Mundial do Alzheimer e reflete sobre a doença que atinge um número cada vez maior de idosos, já que a expectativa de vida vem aumentando e a convivência também dos familiares que cuidam com amor dos doentes. Segundo dados do Abraz, só no Brasil já são mais de 1,2 milhões de casos – a maior parte deles ainda sem diagnóstico, o que contribui para que o problema continue a progredir de forma acelerada, degenerando a saúde do paciente e prejudicando sua relação com os familiares.
A doença é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
Segundo a geriatra Natália Salles Bicalho Reis, em geral, as famílias não estão preparadas para cuidar de um parente com Alzheimer. Não é fácil cuidar de alguém tão próximo e que nunca precisou de ajuda antes. “A partir do momento que a família entende e está disposta a assumir estes cuidados, a preparação deve ser feita junto à uma equipe multiprofissional, de preferência. Quando há dedicação tudo se ajeita. Qualquer família se torna capaz”, explica a médica.
Para a geriatra, carinho e respeito são fundamentais para sucesso do tratamento. “ É sabido que o cuidado faz diferença em qualquer relação. Mesmo que em estágios mais avançados o paciente com Alzheimer deve ser tratado com carinho, respeito, amor”. “Ouvir a voz de quem cuida é importante e faz diferença, sim”, enfatiza.
Ano passado, o papa Francisco lembrou da data e pediu à multidão presente na Praça São Pedro que seguisse o exemplo de Jesus e Maria, lembrando-se de quem sofre de Alzheimer e também dos familiares que cuidam com amor dos doentes.
A doença torna o paciente, geralmente idoso, muito dependente dos cuidadores, que devem promover mudanças até mesmo dentro do lar para garantir a segurança do paciente com Alzheimer. A indicação é criar uma rotina de repetições que seguida todos os dias da mesma forma faz com que o tratamento seja mais eficaz.
É importante ressaltar que os cuidados envolvendo o paciente vão desde a alimentação, higiene pessoal, horário correto de medicamentos, estimular ao máximo a autonomia do mesmo: tudo que ele puder realizar sozinho – supervisionado se for necessário, deixá-lo fazer. “Estimular a independência seria uma das melhores coisas a serem feitas”, finaliza a geriatra.
No próximo dia 23 de setembro acontecerá uma caminhada em prol da memória para celebrar o dia mundial da conscientização do Alzheimer. Pelo segundo ano, a “Memory Walk”, no parque Villa Lobos, em São Paulo (SP). O objetivo é chamar atenção para a detecção e prevenção da doença.
Por CNBB