A Igreja inicia no próximo domingo (25) a Semana Santa – período no qual se celebra de maneira especial os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. “Celebrar esta semana, com suas diferentes e intensas expressões litúrgicas e da piedade popular – comporta, para os cristãos, reviver o sentido profundo do mistério celebrado; mistério no sentido dado pela liturgia, isto é, como ‘evento de graça’, ‘momento marcante’ de encontro com o amor de Jesus”, explica o bispo de Livramento e presidente da Comissão para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol.
Tendo início no Domingo de “Ramos” e da “Paixão”, neste dia em especial os católicos recordam a entrada de Jesus em Jerusalém. O Evangelho da Paixão, segundo dom Armando, lembra que Jesus foi rejeitado pelas autoridades judaicas e romanas, as mesmas que mandavam no povo e se uniram para concretizar sua morte.
Nos dias seguintes – segunda, terça e quarta-feira – a liturgia recorda alguns acontecimentos de Jesus em Jerusalém. Dom Armando explica que nestes dias, os cristãos são convidados a intensificar sua preparação espiritual por meio da reflexão e a oração para entrar no Tríduo pascal, os três dias em que a liturgia faz memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, acontecimento que segundo dom Armando é fundamental à fé dos cristãos.
Na sequência, na Quinta-feira santa abre-se o Tríduo Pascal. Neste dia, as hóstias são tiradas do sacrário, que fica vazio. “Feita a proclamação da Palavra e a homilia, segue o lava-pés, gesto que recorda o que Jesus fez no início da sua última Ceia”, afirma dom Armando. O bispo explica que é neste dia que se recorda a entrega do mandamento “amem-se como eu amei vocês” aos discípulos. O lava-pés, segundo dom Armando, lembra a entrega por amor.
Dando continuidade, o próximo tempo é a Sexta-feira santa, dia do Crucificado. Nela a Igreja comemora seu nascimento. Neste dia, dom Armando afirma que os fiéis são convidados a viver o jejum pascal, que de acordo com ele deve ser seguido até após a Vigília pascal. Já o Sábado Santo é considerado o dia do Sepultado. “É muito oportuno que a comunidade se reúna para a celebração da Oração da manhã (Laudes), em profunda contemplação daquele que por nós morreu, e permaneça junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, a sua descida à mansão dos mortos, e esperando na oração e no jejum a sua ressurreição”, aponta dom Armando.
Por fim, o Domingo de Páscoa, dia do Ressuscitado é o tempo que, segundo dom Armando, o Senhor fez para todos. Ele caracteriza esse tempo como sendo ‘dia de alegria’ e explica que a celebração deve começar com a aspersão da água abençoada na Vigília: “Muito aconselhado é terminar este dia santo com a celebração das Vésperas batismais, na tarde”, diz.
“Lembremos que a celebração da Páscoa continua durante os 50 dias do Tempo Pascal como um ‘grande domingo’, destacando os ‘oito primeiros dias’, ‘celebrados como solenidades do Senhor’”, finaliza dom Armando.
Por CNBB