Ontem, 23 de agosto, a ONU (Organização das Nações Unidas) recordou o Dia Internacional de recordação do tráfico de escravos e da sua abolição. O subsecretário da Seção para os Migrantes e os Refugiados do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, padre Michael Czerny, enfatizou a atualidade do tema:
“É triste que este Dia de celebração não seja somente uma recordação histórica, mas também um tema por demais atual. Ao mesmo tempo é preciso dizer que a recordação da escravidão do passado é também uma interpelação aberta, porque as consequências do tráfico permanecem até hoje”, disse o padre à Rádio Vaticano.
O Papa Francisco se manifestou sobre o tema, no Twitter, dizendo: “O Senhor se faz próximo daqueles que são vítimas de antigas e novas escravidões: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos e exploração”.
Atualmente, a escravidão manifesta-se de outras maneiras, de modo que o Papa Francisco denunciou também em outras ocasiões esta realidade. Para o padre Michael Czerny, a diferença em relação ao passado, é que a a escravidão era, por assim dizer, um aspecto “mais ou menos ‘normal’ da sociedade”; hoje, disse o padre, “muitíssimas formas são escondidas e por isso o primeiro passo é abrir os olhos e ser sensíveis aos perigos da escravidão moderna.”
Outro aspecto é escravidão viabilizadas pelas migrações; um problema que, segundo o padre, os Estados devem enfrentar. “Essa é uma das coisas que o Papa Francisco pediu em sua recente mensagem. Significa que os caminhos da migração devem ser regulados e devem ser relativamente ‘fáceis’, porque do contrário há o perigo de que o tráfico de seres humanos se torne escravidão”, disse o sacerdote.
O Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição marca o aniversário da insurreição, em 1791, de homens e mulheres escravizados na parte oeste da ilha de Santo Domingo e que levou à criação e independência do Haiti.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano