Teve início, em Roma, nesta sexta-feira, 4, o Encontro Internacional para a Eliminação da Tuberculose, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Santa Sé é representada pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, o Cardeal Zygmunt Zimowski. Em seu pronunciamento, Dom Zimowski citou os progressos alcançados nos últimos anos, como a expansão global do tratamento e do controle da tuberculose.
De acordo com o cardeal, entre 1995 e 2012, cerca 22 milhões de pessoas foram salvas e 56 milhões de doentes tiveram acesso aos medicamentos. Todavia, ressaltou que os desafios ainda são grandes, considerando, principalmente, que se trata de uma doença que atinge os mais pobres, seja nos países de baixa renda, seja nas nações ricas.
O bispo citou dados da OMS, os quais apontam que a tuberculose acomete os mais vulneráveis: mulheres, crianças, migrantes, detentos, sem-teto e, de maneira desproporcional, o que vivem com HIV/AIDS.
“A luta contra essa doença requer não somente esforços políticos e médicos, mas também o empenho de organizações e comunidades da sociedade civil para criar uma colaboração operativa. As instituições de saúde confessionais são parceiras importantes no esforço de tornar acessível o tratamento da tuberculose a todos que dele necessitam”, disse o cardeal.
Dom Zimowski, acrescentou que, na luta contra a doença, é necessária uma atenção especial aos mais pobres. Citando o Papa Francisco na sua Exortação Evangelii Gaudium, o arcebispo recordou que ninguém pode sentir-se exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social.
“O Pontífice nos exorta a ter uma consideração especial pelo pobres, colocando-os no centro da nossa atenção, das nossas reflexões e do nosso engajamento político; nos impulsiona também a reconhecer que o cuidado com os pobres não é somente uma questão de caridade, mas de justiça. É nosso dever fazer com que o direito à saúde seja uma realidade para todos os cidadãos”, concluiu.
Em 2012, o Brasil registrou mais de 82 mil casos entre novos e reincidentes de tuberculose. No ano passado, o país destinou uma verba de US$ 87 milhões para combater e controlar a doença.
No mundo, foram registrados 8,6 milhões casos da doença e 1,3 milhão de mortes em 2012. A tuberculose é a segunda maior causa de mortes atrás apenas do HIV/Aids.
Segundo a OMS, 95% dos óbitos ocorrem em países de média e baixa rendas e a doença está entre as três principais causas de morte entre mulheres de 15 a 44 anos.
A OMS e a Sociedade Respiratória Europeia (SER) apresentaram, nesta quinta-feira, 3, em Genebra (Suíça), um plano de ação para eliminar a tuberculose em 33 países. Entre eles estão Alemanha, Austrália, Canadá, Cuba, Estados Unidos, França, Jordânia, Itália e Emirados Árabes. Nenhum país de língua portuguesa faz parte da lista.
Por Canção Nova, com vatican.news