Santa Genoveva

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O nome de santa Genoveva e a devoção a ela não devem ser confundidos com sua homônima lendária de Brabante. Ela é muito popular na França, especialmente em Paris, de onde é a padroeira. A vida da santa parisiense é narrada na “Vida de Genoveva”, escrita cerca de vinte anos após a sua morte. Essa biografia, considerada hoje como documento autêntico, embora não de todo genuíno, tem o tom modesto de quem escreve para fins edificantes, mas consegue colocar a santa numa moldura histórica precisa.
Embora não se atirasse à guerra como Joana D’Arc, Santa Genoveva fez da atividade política e social uma obrigação tão importante quanto a oração e o jejum. Se Joana é invocada como guerreira, Genoveva se faz protetora nas horas de calamidade e perseguição.
Genoveva nasceu próxima a Paris, em Nanterre, no ano de 422. A palavra “Genoveva” significa “de boa família”. Muito pequena, ela se encontrou com São Germano, venerável bispo, que a aconselhou a se dedicar em servir a Deus e ao próximo. E assim ela o fez.
Aos 15 anos formou, com um grupo de amigas, uma associação de mulheres dedicadas ao apostolado e em ajudar aos pobres. Não eram religiosas mas viviam muito em santidade em sua casa ou no local de trabalho, ajudando no templo ou no serviço aos mais necessitados.
Sua história como protetora da França tem dois episódios significativos e sempre citados: a resistência aos hunos e o auxílio dos moradores do campo à cidade que vivia na penúria.
Quando Átila, “o flagelo de Deus”, liderou os hunos na invasão a Paris, a população decidiu abandonar a cidade. Santa Genoveva os convenceu a ficar, pois deviam confiar em Deus que impediria a destruição da metrópole. Embora quase fosse linchada pelos mais temerosos, sua convicção contagiou e o povo ficou. Átila não só não invadiu Paris como pouco tempo depois foi obrigado a recuar e abandonar outras cidades conquistadas.
Mais tarde, quando a cidade mergulhava na fome e na escassez, Genoveva exortou a população agrícola a socorrer os moradores urbanos, salvando milhares da morte. Por isso é invocada sempre que a capital francesa passa por calamidades e não tem recusado proteção, segundo seus devotos.
Sua atuação na política também livrou muitos da cadeia e da perseguição, pois interferia frequentemente junto ao Rei Clóvis, conseguindo anistia aos prisioneiros políticos. Morreu por volta do ano 502, depois de ter convencido o rei a construir a famosa igreja dedicada a São Pedro e São Paulo. Durante a revolução francesa a abadia construída sobre seu túmulo, e que abrigava suas relíquias, foi saqueada pelos jacobinos, mas seu culto continuou e perdura até hoje na Igreja de Santo Estêvão do Monte.
Fonte: “Um santo para cada dia”, Paulinas, de Mário Sgarbossa e Luigi Giovannini
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Antero, Cirino e Florêncio