Epifania significa aparecimento discreto de Deus aos povos: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora” (Is 60,1-3). Uma nuvem abrumava Jerusalém e agora é alumiada, reúne seus filhos e povos que viviam no mundo das nuvens escuras. Hoje, as ideias, planos, estatísticas, dinheiro virtual, quase tudo são armazenados nas nuvens, que não se sabe quem é o dono, só se sabe de locação virtual. Uns articulam donos, porque arrendaram, outros pagam aluguel, mas, não sabem quem é o dono; outros vivem no mundo das nuvens. E diz que é muito seguro esse negócio! E deve ser mesmo. A pessoa humana, fica na realidade ou nas nuvens? Quais nuvens enevoam as realidades humanas? Miríades e miríades, vivem seus relacionamentos familiares nas nuvens, depositam sua confiança e riquezas num banco de dados nas nuvens. E a realidade? Deus está conosco
Outra resposta plausível: “As nações de toda a terra, hão de adorar-vos ó Senhor! Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará” (Sl 71,12-13). É esta a Epifania consecutivamente em atuação na história, que se alicerça num acontecimento corretíssimo: Cristo também agora está presente no mundo; sua Ressurreição situou um modo novo de ficar entre nós e de revelar-se a nós; não mais numa atitude carnal, mas espiritual. Por isso a Bíblia pode proferir de Jesus “É sempre mesmo: ontem, hoje, e por toda eternidade” (Hb 13,8). Seguramente, acerca-se de uma aparência oculta, complexa, que não pode ser apreendida pelos noticiários deste mundo. Seu aparecimento é confiado a sinais que não se acendem e não se tornem eloquentes a não ser na aparência da fé, e são também, misteriosamente, justamente os que devem provocar tal fé. Sinais que são intensos para uns e difíceis para outros. “Sinais evidentes da presença de Deus são: a experiência pessoal e comunitária das bem-aventuranças, a evangelização dos pobres, o conhecimento e cumprimento da vontade do Pai, o martírio pela fé, o acesso de todos aos bens da criação, o perdão mútuo, sincero e fraterno, aceitando e respeitando a riqueza da pluralidade e a luta para não sucumbir à tentação e não ser escravos do mal”(Doc, Ap, nº 383). Cristo se revela na Igreja.
Crer e ler os sinais de Jesus, requer fé e paciência, prudência, discernimento. “eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,2). Jesus, nasceu perto do território de Herodes e despertou ciúmes e curiosidades, devido a leitura que os sumos sacerdotes fizeram da Palavra e que Herodes ficou totalmente irresoluto: “Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: ‘Em Belém, na Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”(Mt 2, 3-6). A presença de Jesus Cristo incomoda os poderosos. Que fez Herodes: Quis persuadir os magos com seu posto de Governo: “Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: ‘Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo” (Mt 2, 7-8). A Família é de Deus e presença constante no mundo. É imbatível. Ninho do amor!
Mas, quem está no Caminho de Deus, não se sente obscuro. Consegue ser sal e luz em qualquer diálogo. Mesmo que lhe parece encantador, mas, não se deixe convencer: “Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande” (Mt 2,9-10). Quem segue os sinais evidentes de Deus e com fé, alcançou-os: “Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11). Quem encontra Deus, não volta a olhar o passado: “Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho” (Mt 2,12). A Palavra nos alerta: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62).
Dividi com você e com muito ânimo e oração, os sinais da Epifania de Jesus Cristo que persiste ao redor de nós. Outros sinais duram seguramente, além dos aludidos. No Evangelho concentramos, em certo ponto, que Jesus começou a admoestar as cidades, onde fez grande número de seus milagres, por abdicarem compungir-se: “Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida!” (Mt 11,21). Quem sabe se não somos nós também uma daquelas urbes onde Jesus conseguiu a maior parte dos sinais. A cada um de nós, a ocupação imperiosa de encontrar e apreciar estes sinais para se converter e ser um sinal de Cristo no mundo! Com fé registro: Os Sacramentos, são Forças que saem do corpo de Cristo: “Todo o povo procuravam tocá-Lo, pois saía dele uma força que os curava a todos”(Lc 6,19), sempre vivo e vivificante; são as ações do Espírito Santo operante no Corpo de Cristo, que é a Igreja; as obras-primas de Deus na Nova e Eterna Aliança.
Sob Intercessão do Imaculado Coração de Maria e do Casto São José.
Pe. Antônio Teixeira Sobrinho