Milhares de fiéis participaram, nesta quarta-feira, 12, da Missa em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
A Celebração, que também deu início ao Ano Jubilar pelos 300 anos da aparição da imagem nas águas do Rio Paraíba, foi presidida pelo Cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno de Assis, no Santuário Nacional, às 9h.
Na homilia, Dom Damasceno lembrou que o tema escolhido para a novena deste ano “O Rosto Misericordioso de Maria””, esteve em sintonia com o Ano da Misericórdia.
“Deus é amor, afirma São João Evangelista, e sua misericórdia abraça todos os cantos da Terra. Não há espaço, nem pessoas que ela não possa tocar. Maria é a mãe da Misericórdia. Ela tem a chave do coração de Deus”, destacou.
O cardeal disse ainda que a abertura das celebrações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida é um acontecimento de fé.
“Começou em 2014, com a peregrinação da imagem de Aparecida, que tem sido acolhida nas dioceses, em todos os recantos do Brasil, e a peregrinação continuará durante todo o Ano Jubilar, até outubro de 2017”.
Dom Damasceno recordou também o Ano Mariano, instituído pela CNBB, para ajudar na vivência deste Ano Jubilar de Aparecida. “A Igreja no Brasil está convidada durante o Ano Mariano, a agradecer a Deus pelos inúmeros benefícios que Ele, pela intercessão da padroeira do Brasil, tem derramado sobre o país nestes 300 anos”.
E destacou que, desde o início da evangelização no Brasil, a devoção a Maria tem sido uma porta aberta para o encontro com Jesus Cristo.
“Ela é a realização mais perfeita e a expressão mais concreta do Evangelho. Por isso se diz, Maria é o Evangelho do povo, e por isso aquele que permanece nesta escola de Maria, aprende também a conhecer a Jesus Cristo, amá-lo, a imitá-lo, a testemunhá-lo em sua vida. Este é o papel, a função e a alegria de Maria: conduzir todos os seus filhos a Jesus Cristo”, afirmou Dom Damasceno.
Em outubro de 1717, quando os três pescadores retiraram a imagem de Nossa Senhora da Conceição das águas do Rio Paraíba do Sul, Maria veio em socorro deles, que após horas de trabalho, não pescavam nada. De maneira simples, ela se deixou encontrar. “Ou melhor, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria mãe, como disse o Papa Francisco”, lembrou o cardeal.
E após este milagre do encontro da imagem, seguiu-se o segundo milagre, da grande pesca realizada por estes três pescadores.
“Jesus é o rosto misericordioso do Pai, Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus. As palavras de Maria, ‘fazei tudo o que ele vos disser’, são as únicas palavras relatadas pelo evangelista João e soam como um testamento de Maria, para todos nós seus filhos e filhas, e por isso, continuam sempre válidas”, explicou.
Dom Damasceno fez votos ainda de que o Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida e que o Ano Nacional Mariano ajudem os fiéis a se tornarem cada vez mais discípulos missionários de Jesus Cristo, acolhendo com alegria o Seu Evangelho.
Por fim, leu a mensagem enviada pelo Papa Francisco para a Semana da Criança:
“Queridos amigos,
guardando viva no coração a grata lembrança da inauguração do monumento dedicado à Nossa Senhora Aparecida, nos Jardins do Vaticano, é com muita alegria que dirijo uma saudação por ocasião da Semana Nacional da Criança.
Organizado pelo Santuário Nacional da Padroeira do Brasil, em parceria com os Tribunais Regionais do Trabalho e da Procuradorias Gerais do Trabalho do Estado de São Paulo, tem por finalidade promover a luta pela erradicação do Trabalho Infantil e proporcionar às crianças uma educação de qualidade que lhes garanta um futuro melhor.
Neste sentido, é preciso lembrar que as crianças são um sinal. Sinal de esperança, sinal de vida, mas também sinal de diagnóstico para compreender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, do mundo inteiro.
Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano. Por isso, devemos estar sempre renovando a nossa disposição em acolher mais e melhor as crianças, perguntando-nos: ‘somos capazes de permanecer junto delas? De ‘perder tempo’ com elas? sabemos ouvi-las? Defendê-las? Rezar por elas e com elas? Ou negligenciamo-las, preferindo ocuparmo-nos de nossos interesses.
Assim, faço votos de que o Fórum para a Erradicação do Trabalho Infantil possa ser frutuoso nos seus propósitos, e para tal, peço as luzes do Espírito Santo, ilumine a todos os participantes, ao mesmo tempo em que, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida lhes concedo a Bênção Apostólica, pedindo que não deixem de rezar por mim.
Papa Francisco”
Por Canção Nova