No horizonte da fé façamos o caminho da Virgem Maria

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Aproveitando a vivência do ano Mariano (outubro/2016 a outubro/2017), mergulhemos numa virtude vivenciada com grande profundidade por Nossa Senhora que é a fé. O Senhor a cumulou de extraordinários dons, ela viveu, assim como ninguém, a proposta de uma vida permeada pela fé. O horizonte para o qual estavam orientados seus olhos refletia a perfeita imagem de um caminho realizado a partir de um coração crente em seu Senhor.
Maria foi totalmente possuída por Deus, privada do pecado em sua concepção milagrosa, tomada de amor por Aquele que a preparou para tão nobre missão, recebeu Dele o nobre dom de crer, acreditar. A epístola aos Hebreus (11,1) diz que “a fé é a garantia dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se vêem”. Antes dela receber a graça de se tornar a mãe de Deus, através do fato mais estupendo que o universo já assistiu, que é a Encarnação, ela primeiro acreditou; por isso, agradou de forma incomparável a Deus. A força da fé preparou o terreno de seu coração, fecundou verdadeiramente seu espírito. A fé foi para a Virgem Santíssima a garantia, a certeza e a verdade mais concreta de que o Senhor cumpriria suas promessas. Tenha a certeza de que seus passos foram dados com convicção e determinação, pois era movida sempre por uma fé vivencial na qual ela levou a termo o projeto de Deus.
Ainda que tenha sido preparada por Deus para tão bela missão, teve que crescer e desenvolver a fé, pois tal virtude não foi em sua vida algo mágico ou adquirido sem esforço. A Virgem Maria vivenciou em seu ser o mistério de Nazaré, se tornou a terra fértil onde o Verbo veio habitar e, assim, se realizou em seu seio o mistério inaudito da presença de Deus em nosso meio, “Ele armou a sua tenda entre nós”.
Todo o mistério teologal que envolve a vida da Santíssima Virgem se dá em torno da fé, tem uma vida submergida na graça de crer. Sem a fé nada se fez ou se faria na vida de Maria. As mãos de Deus estavam sobre ela, amparou-a para ativamente fazer o movimento de acreditar nos planos divinos. Ao chegar em Ain Karem (região montanhosa da Judéia) para visitar sua parenta, a jovem de Nazaré ouviu dos lábios de Isabel: “feliz aquela que acreditou” (Lc 1,45), isto é, toda a felicidade que envolve o coração de Nossa Senhora se vive na fé, na esperança depositada nas promessas de Deus. Maria é o modelo mais sublime e perfeito do que deveria ser vivido por todo o Israel, uma fé viva, generosa, inquebrantável e serviçal. Os olhos crentes de Nossa Senhora se voltam única e completamente para o Seu Salvador. Sua fé a impeliu a olhar numa única direção, aquela traçada por Deus para sua vida. A fé lhe possibilitou viver a mais plena liberdade que pode ser alcançada pelo ser humano: ter os olhos fixos no Senhor, viver Nele, Dele e para Ele.
Assim, Nossa Senhora de tornou o exemplo mais perfeito e exímio de vivência de todas as virtudes para nós seguidores de seu Santíssimo Filho. De forma especial, ensina-nos a vivência da fé. No Evangelho de João 11, 40 Jesus dizia à Marta: “se creres verás a glória de Deus”. Como temos vivido e “entranhado” a virtude da fé? O que a fé tem mudado em nossas vidas e em nossas escolhas? Por fim, minha vida de hoje, em todos os seus aspectos, reflete uma escolha de fé que tem Deus como o maior de todos os bens? Façamos o caminho juntos e sem medo, Maria já demonstrou que é possível e Deus sempre estará conosco.
Pe. Franciel Lopes
Formador do Seminário apresentado ao Cardeal Arcebispo de Brasília