Serviço de amor!

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Na realidade, arrefecem os sentimentos de pertença à mesma humanidade; e o sonho de edificar juntos a justiça e paz parece uma utopia de outras épocas. Cuidar do pobre, do enfermo, isto é, de pessoas que convivemos no dia a dia, é uma diaconia e desafiadora. “É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós” (Jo 14,17). Olhemos como impera uma indiferença sossegada, gelada e generalizada, filha de uma intensa desilusão que se amoita por trás dessa ilusão patranheira: julgar que podemos ser onipotentes e esquecer que nos encontramos na mesma casa comum.

São Lourenço nos catequiza que há muitas pessoas perto de nós. Que podemos sentir o cheiro, olhar, tocar as mãos, sentar-se ao lado, gastar conversas sem escolher cadeiras, viver ao menos um copo de água, que queiramos nos sentar, ser mídia real. “Essa desilusão, que abandona os grandes valores fraternos, conduz a uma espécie de cinismo. Essa é a tentação que temos diante de nós, se formos por este caminho do desengano ou da desilusão” (Pp. Francisco, Fratelli Tutti, nº 30). Nos assegura Jesus: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” (Jo 14,27). Ainda: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

Um discurso que não provoca atenção e nem as mídias, é exatamente a presença cristã, ser hóstia consagrada! Diác. Lourenço foi hóstia consagrada àqueles que não tinham notoriedade! Riqueza de Deus! Fotografias e mídias são fáceis de executar; mas ser hóstia de CRISTO PARA OS OUTROS, SER COMUNGADO POR AMOR E POR AQUELES QUE SÃO ESQUECIDOS, NEM SEMPRE É ACOLHEDOR. Não nos deixemos enganar: “O isolamento e o fechamento em nós mesmos ou nos próprios interesses nunca serão o caminho para voltar a dar ESPERANÇA E REALIZAR UMA RENOVAÇÃO, MAS A PROXIMIDADE, a cultura do encontro, sim. O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do confronto, não; cultura do encontro, sim.” (Pp. Francisco, Discurso ao mundo acadêmico e cultural, Cagliari – Itália, 22/setembro/2013).

Há tantos trabalhos pastorais pertinho de nós e todos com ODORES DE CRISTO! É uma questão de fé; e é preciso aceitar uma desconfiguração pessoal, familiar e de círculo de amigos e de ideias cristalizadas a partir de Jesus Cristo! Tudo por Jesus! Ele dá tudo!

São Lourenço interceda por nós e vivamos bem a Diaconia.

Guarinos-GO, 10/agosto/2022

Pe. Antonio Teixeira Sobrinho
Pároco e Reitor do Santuário Nossa Senhora da Penha