Minha casa, minha vida?

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Minha casa, minha vida, pode ser programa de governo, pode ser meta de vida, ou mesmo, propaganda para vender sua casa, mas gostaria de trabalhar a casa como construção pessoal e espiritual. E isso, às vezes não é tão enfeitado ou propagado, mas, se torna essencial e indispensável para quem não quer só uma casa, mas preocupa com a vida e sua caminhada.

Analogias, exemplos e semelhanças com nossa vida espiritual e pessoal, são meras providências de Deus, na escrita deste texto e na vida nossa de cada dia. Falar, escrever, meditar sobre “Casa” é algo profundo, mesmo sendo tão comum para cada um. Todos precisamos lutar e trabalhar para construir uma, pode ser neste mundo ou no celeste reino, pode ser cabana, morada, mansão ou barraco. Não nos preocupa o tamanho, inquieta-nos, se é nossa casa, nosso lar.

Muitas vezes, a casa não precisa ter jardim, área de lazer ou de trabalho, não precisa ser luxuosa ou bem situada, precisa ser casa; quarto, banheiro, cozinha e sala, mas também pode ser mente, coração e alma. Esta última, talvez seja a mais difícil e demorada construção, sem medo de gastar tempo e oração.

Quero ir mais além! Em nossa casa, somos chamados a acolher e visitar, podemos construir e destruir. Podemos bagunçar ou organizar, a minha e a sua casa. Posso acolher qualquer um para estar, ou selecionar quem pode entrar. Minha casa pode ser repouso, aconchego e lar, mas também, chiqueiro, lixão, puteiro ou bar! Ser baixo nas palavras nos faz pensar, mas adianta pensar, se não consigo mover e amar? Há mansões que acolhem com vazio e solidão, há barracos debaixo da ponte que só encontram carinho e doação. Há pessoas que podem comprar clubes e mansões, mas constroem famílias e orações. Outras possuem uma “meia água” e sabem plantar intriga em toda cidade, por nada.

Quando vamos acolher, limpamos, maquiamos e até reformamos. Pago para limpar, me escondo para ajudar, coloco as mãos para reformar. As vezes limpar é o trabalho mais belo da casa, pois, cuidamos daquilo que ganhamos e lutamos, porém, não conseguimos as vezes, nem organizar o próprio quarto. A psicologia comportamental poderia lhe julgar, que sua personalidade é revelada ali, transtorno de organização compulsivo, de indiferença ou mesmo “sem vergonhice”. Mas, a beleza de organizar é satisfação de saber que alguém pode ver e chegar, a começar de você.

Há casas, que trazem conforto, paz e tranquilidade, outras, zona, discórdia e infelicidade. Parece que o problema não é a casa, mas aqueles que moram nela. Ou melhor, a morada que é estabelecida nesta casa. Pode ser morada de porcos, pessoas ou demônios, precisamos saber qual somos. Pode ser morada de Deus, do amor, da união, pode ser da inveja, intriga e divisão. Cristo fez morada em cada coração, não julgou e muito menos se afastou, mas aquele que não acolhia a paz e não construía o amor, ele pedia: se não acolher, bate a poeira e segue a vida bem vivida.

Pensemos, como está a nossa casa, a nossa vida? Quem entra e sai dela? Quem me ajuda a construir ou destruir? Quais sujeiras preciso limpar, quais lugares preciso reformar? A minha morada, é casa de paz ou guerra, de amor ou rancor? Estou preocupado com decorações ou com as orações? Estou procurando elogios na cidade, ou espero um dia chegar na porta do Reino eterno pela caridade?

Ser morada é construir em nossos dias: fé, esperança e caridade, para que nossa vida, seja luz, paz e tranquilidade. E um dia, poder morar e aproveitar a casa de Deus, pois, a casa deste mundo, desaba e passa, junto com nossas luzes e vaidades.

Pe. Rener Olegário